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O valor de um ídolo

Essa semana tivemos duas grandes perdas no cenário artístico (Farrah Fawcett e Michael Jackson) e não poderia deixar passar este momento sem escrever algo a respeito.

Para mim, que sou de “80”, claro que a maior perda foi do Michael Jackson. Cresci acompanhando suas transformações, mais na aparência do que qualquer outra coisa, mas, sem dúvida, fui expectadora dos melhores momentos do astro.

Foi dele o meu primeiro disco, sim LP mesmo, um disquinho promocional da Pepsi, que eu adorava e não sei onde foi parar. Pior que logo valerá fortunas.

Enfim, esta tragédia (não que a morte de alguém seja uma tragédia, mas a morte de um ídolo sempre é) me fez refletir sobre o comportamento humano, e quem sabe surjam mais analogias sobre a vida e a comunicação.

Uma constatação é certa, a morte vende muito e todos querem se beneficiar de alguma forma. Desde quinta-feira não se fala em outra coisa a não ser na morte do Michael. Chega a ser engraçado, porque nos últimos anos as pessoas mal falavam nele e quando falavam não eram coisas muito agradáveis, mas agora, ele voltou a ser o grande REI do Pop.

Os mesmos veículos que anos atrás o acusavam de pedofilia ou o achamavam de “freak”, hoje se rendem ao magnífico talento de Michael. No dia de sua morte, o google e o Twitter caíram, de tanta busca por informações.

Ontem cheguei a ouvir no Jornal Nacional que as vendas dos CDs, ou melhor, das músicas dele subiram extraordinariamente e talvez seja possível pagar as dívidas, algo em torno de meio bilhão de dólares, somente com estas e os direitos autorais. Inacreditável, mas o Michael morto vale mais do que ele vivo.

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Samy, a constatação é triste mas verdadeira. E pior, não é uma novidade. Falando-se de cultura pop, são muitos os exemplos de artistas pouco valorizados que, após a morte, foram revisitados e elevados ao patamar de astros, vendendo muito mais do que em vida. Mas é anterior a isso, como, por exemplo, o caso dos pintores que morreram pobres, muitos não vendendo uma única obra em vida, que passaram a ser considerados mestres após suas mortes, com quadros sendo vendidos por pequenas (ou não) fortunas.

    O Jacko teve uma vida de glória, não sem ter pago seu preço (ônus e bônus) e, em algum momento, ter se perdido na sua própria trajetória. Nada vem de graça. Infelizmente, talvez o preço tenha sido alto demais e as esquisitices tenham superado em algum momento o brilho do passado. Seja como for, tudo na balança, pesado e medido, o brilho é maior do que a sombra. Pena que ele tenha que ter morrido pra que isto possa ter sido verificado. Mas faz parte. Não é possível fazer este tipo de avaliação de outra forma. Um astro vivo ainda pode queimar muito o seu filme. Um astro morto não tem mais o que queimar.

    O rei está morto. Longa vida (e vendas) ao rei!

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